Vila Verde comemora dia especial de valorização da cultura no desenvolvimento do concelho
Updated on 17/12/2025
30 anos de Biblioteca e 20 anos de Boletim Cultural celebrados nos 170 anos do Concelho
Vincando a valorização e o reconhecimento da “importância do património cultural na afirmação e desenvolvimento estrutural do concelho”, o Município de Vila Verde assinalou esta terça-feira os aniversários da criação da Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela e do lançamento do Boletim Cultural.
“É um marco na vida cultural do concelho, que está a comemorar os 170 anos da sua fundação”, afirmou a presidente da Câmara, Júlia Rodrigues Fernandes, destacando “a feliz conjugação da tripla comemoração”, que reforça “a marca identitária do concelho onde a história e o passado consolidam a projeção de um futuro sustentado e com qualidade”.
A juntar à celebração dos 30 anos da Biblioteca Municipal, foi apresentada a vigésima edição anual do Boletim Cultural, que desta vez presta homenagem a mais de duas dezenas de autores literários, “do presente e do passado”, com especial ênfase para a poesia.
“É um dia de memória, dos que nos precederam e lançaram a semente, e um dia de futuro, com uma nova identidade visual”, afirmou Júlia Rodrigues Fernandes, referindo-se às novas imagens criadas para a Biblioteca e para o Boletim – aos quais apelidou de “pilares e promotores da cultura e do saber no concelho”.
O programa comemorativo estendeu-se até noite, culminando com a sessão de declamação de poemas e apresentação do Boletim Cultural, que decorreu no salão nobre do Município.
Na Biblioteca, o programa incluiu, durante o dia, a apresentação da obra “Amigos improváveis”, a leitura por Casimira Faria de um conto especialmente concebido para os leitores mais velhos e um encontro aberto à comunidade, reunindo várias gerações. Foi prestada homenagem ao fundador, José da Mota Alves, e inaugurada a exposição “30 anos / 30 autores”.
Júlia Rodrigues Fernandes voltou a destacar a importância dos criadores e autores locais, salientando o contributo decisivo de Mota Alves para a concretização do projeto.
Ao longo da sessão foi igualmente recordado o papel determinante do patrono Professor Machado Vilela, que em 1986 doou o seu espólio bibliográfico, dando origem ao principal espaço de leitura e cultura do concelho.
Durante a sua intervenção a diretora da Biblioteca Municipal, Manuela Barreto Nunes, apresentou a nova imagem institucional da biblioteca e o novo cartão de leitor, sublinhando que esta renovação traduz uma aposta na modernização, na proximidade com os utilizadores e na valorização de um espaço que cruza memória, património e futuro.
O fundador José da Mota Alves recordou episódios do processo de criação da biblioteca, que descreveu como um projeto exigente, marcado pelo empenho e resiliência de todos os que contribuíram para a sua concretização. O momento ficou também marcado pelo reencontro das chamadas “meninas da biblioteca”, que participaram ativamente na construção do espaço há 30 anos.
Na apresentação pública do Boletim Cultural, nº 20, Fernando Pinheiro assumiu a explanação da obra, coordenada pelo historiador e escritor vilaverdense Aurélio Oliveira. A presidente da Câmara destacou a forte tradição literária de Vila Verde, “terra de muitos autores” e que “valoriza e homenageia os seus talentos”.
“Publicar é um ato de coragem e que devemos acarinhar como partilha de conhecimentos e saberes, com impacto determinante no desenvolvimento estrutural e sustentado do território e da população”, apontou Júlia Rodrigues Fernandes, desafiando “autores de todas as idades” para “continuarem a deixar o seu legado como marca identitária do concelho”.
