COMEMORAÇÃO DO 25 DE ABRIL – Presidente da Câmara de Vila Verde sem medo das diferenças quer todos a trabalhar “num caminho comum”
Atualizado em 07/07/2022No respeito pelos valores da Revolução do 25 Abril, a presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Rodrigues Fernandes, defendeu hoje a mobilização de “todos os que quiserem trabalhar pela causa pública” para construir “um concelho cada vez mais moderno, competitivo e atrativo”.
Importância da descentralização e do poder local para o desenvolvimento
Na sessão solene das comemorações do 48º aniversário da Revolução dos Cravos que decorreu no Vade, Júlia Rodrigues Fernandes assumiu a defesa do “trabalho em rede e de envolvimento”, mas avisou que não está disponível para “políticas de capelinhas e visões egoístas ou falsas demagogias motivadas por interesses particulares ou umbigos insatisfeitos”.
“Trabalhamos respeitando e valorizando as diferenças e até as divergências”, assegurou a autarca. Mas salvaguardou que o objetivo será “um caminho comum para gerar e estimular mais-valias para todos”.
Apontando a descentralização e o poder local como fatores cruciais para o desenvolvimento e para a concretização dos valores da Revolução de Abril, Júlia Fernandes reiterou a determinação para que “Vila Verde esteja, sempre, na linha da frente ao nível da qualidade de vida das populações”.
“Porque, para nós, as pessoas são quem mais conta”, sublinhou a presidente da Câmara, aproveitando para destacar o sucesso de uma “estratégia de desenvolvimento que se estende a todo o concelho e a todas as freguesias”.
“Quero todas as freguesias em desenvolvimento, capazes de oferecer as melhores condições de vida para as suas gentes, nomeadamente as novas gerações, e atrair novos moradores. Isso também exige que temos de ser capazes de satisfazer as suas expectativas de vida, atrair investimentos e gerar emprego”, apontou a autarca.
Júlia Fernandes lembrou o trabalho e os investimentos que o Município está a fazer “desde a primeira hora”, designadamente ao nível “da rede viária municipal, das infraestruturas de saneamento e abastecimento público de água, de espaços públicos e equipamentos para as nossas crianças, para os jovens e para os mais velhos”.
Mas reclamou “que o Governo cumpra investimentos que todos reconhecem como absolutamente justos, necessários e urgentes” nas acessibilidades ao concelho, como “a variante ao parque industrial de Oleiros, a variante à sede de concelho e a resolução dos problemas de trânsito nas EN 101 e 201”.
“Vamos, todos juntos, continuar a trabalhar em prol de um futuro próspero para a nossa terra e para as nossas gentes”, desafiou a presidente da Câmara de Vila Verde.
Solidariedade com os ucranianos
As consequências da guerra na Ucrânia mereceram a atenção especial nas comemorações municipais do 25 de Abril, que abriram com o tradicional hastear das bandeiras, na Praça do Município de Vila Verde, prosseguindo depois no pavilhão gimnodesportivo do Vade, onde decorreu a sessão solene.
O presidente da Assembleia Municipal, Carlos Arantes, e os representantes dos diferentes grupos políticos, sublinharam a importância da liberdade e da democracia, da autodeterminação dos povos, da tolerância e da paz, enquanto valores conquistados pela Revolução dos Cravos.
“Falar de democracia e de liberdade será nos dias de hoje um assunto que capta uma maior atenção das diferentes gerações da nossa população, por força – infelizmente – dos resultados de regimes de ditadura e poder absoluto como aquele a que assistimos no Leste da Europa – e concretamente na Ucrânia. Uma guerra injustificada e que a todos nos atinge”, lamentou o presidente da Junta da União de Freguesias do Vade e deputado, Carlos Cação, a abrir a sessão solene.
A presidente da Câmara Municipal lembrou também que, “48 anos depois da Revolução de Abril, Portugal é um Estado autodeterminado”, protestando contra “a barbárie que o exército russo está a perpetrar na Ucrânia, em violação do direito internacional e atentando contra todos os direitos humanos”.
“Somos um povo livre, com vontade própria e que escolhe o seu próprio destino, mas somos também um povo que não interfere nas escolhas dos outros povos, respeitando religiosamente a soberania de todas as nações e o inalienável direito de todos e de cada um dos povos de trilhar livremente o seu caminho”, lembrou Júlia Fernandes.
Perante a situação de “forte emergência social e de enorme catástrofe humanitária que se vive na Europa em resultado da guerra”, a autarca enalteceu a intervenção da sociedade e das instituições vilaverdenses, recebendo e apoiando refugiados ucranianos.
“Vila Verde faz jus ao desígnio da construção de um território solidário e inclusivo”, afirmou Júlia Fernandes, enfatizando “a disponibilidade, a dedicação e o empenho das instituições, e de uma forma muito particular da Misericórdia de Vila Verde, das associações, das Juntas de Freguesia e muitas famílias vilaverdenses”.
Homenagem a ex-presidentes de Junta
A sessão solene da comemoração da Revolução dos Cravos ficou ainda marcada pela homenagem aos ex-presidentes de Junta das localidades que integram atualmente a União de Freguesias do Vade, num ato que a presidente do Município disse ser “de inteira justiça e de estímulo para o futuro do concelho”.
“Neles, acredito que todos os nossos antigos e atuais autarcas se reveem, pelo espírito altruísta, de serviço e de disponibilidade para trabalhar pelas nossas comunidades e pelas nossas populações”, justificou Júlia Fernandes.
Juntamente com Carlos Cação – que foi também distinguido pelo movimento associativo local –, a presidente de Câmara descerrou um conjunto de quadros relativos aos ex-presidentes de Junta de Atães, Codeceda, Covas, Penascais e Valões.
“O poder local tem impacto decisivo na construção da coesão territorial, afetando recursos para a concretização de projetos de dinamização dos tecidos económico e social locais. Ninguém executa melhor os fundos, tantos nacionais como europeus, como as autarquias locais. Ninguém como os municípios e as freguesias faz tanto com tão pouco”, sustentou Júlia Fernandes.
A presidente da Câmara defendeu que “o poder de proximidade é aquele que maior influência tem para o progresso e desenvolvimento humano, para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”.
É nesse âmbito que enquadra a cada vez mais intensa transferência de competências da administração central para as autarquias, que “comprovadamente estão mais aptas a intervir, com celeridade e eficácia, ao serviço das pessoas”. Mas adverte que é preciso assegurar os recursos adequados.
A favor de “políticas ativas de apoio aos mais desfavorecidos”, Júlia Fernandes reclamou que “é imperioso que ninguém fique para trás e que os investimentos não continuem a contemplar principalmente quem já tem mais, num país tão assimétrico apesar da sua reduzida dimensão territorial”.
A sessão solene no Vade contou com diversos momentos de animação, com o envolvimento de diversas instituições e movimentos associativos locais, como a oferta de cravos, declamações de poesia e a interpretação temas musicais como “Uma Gaivota Voava”, “Somos Livres”, “E Depois do Adeus” e “Grândola Vila Morena”.
Programa contou com a participação de várias coletividades
O programa contou com a participação do Centro Social de Covas, do Grupo de Jovens do Vade, do Grupo de Música “Stella Matutina”, da Associação Amigos de Atães, da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Covas, do Grupo “Mulheres de Valões”, do Agrupamento de Escuteiros 498 – Portela do Vade, da Escola Básica do Vade, do Jardim de Infância do Vade e respetivas associações de Pais e Encarregados de Educação, da Escola de Música da Associação Cultural da Banda Musical de Aboim da Nóbrega, do Rancho Folclórico das Lavradeiras de Aboim da Nóbrega e da Academia de Música de Vila Verde.
Município de Vila Verde, 25 de abril de 2022