VILA VERDE RECONHECE PAPEL DAS ARTESÃS COMO PRINCIPAIS EMBAIXADORAS DOS BORDADOS E DA TRADIÇÃO
Atualizado em 12/02/2020
«Os nossos antepassados “bordaram” o nosso território e transformaram-no naquilo que hoje tanto nos orgulha. Encarrega-nos a nós deixar esta herança aos nossos filhos.»
Arrancou, esta tarde, na Casa do Conhecimento de Vila Verde, a primeira conferência do Ciclo de Conferências “Estórias do Minho- Narrativas no Feminino de uma Geografia Identitária”, alusiva ao tema Uma arte de bordar por “Aquelas Mulheres do Minho”.
António Vilela «Os nossos antepassados “bordaram” o nosso território e transformaram-no naquilo que hoje tanto nos orgulha. Encarrega-nos a nós deixar esta herança aos nossos filhos»
Com a plateia bem constituída , o Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Dr. António Vilela, na presença da Vereadora da Cultura, Dr.a Júlia Fernandes, fez a abertura da sessão, que assumiu como «um momento de reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas mulheres (artesãs) que bordam os Lenços de Namorados.»
«Com este projeto pretendemos valorizar e tirar partido do melhor que as nossas terras possuem e, por isso, é com muita satisfação e orgulho que recebemos e damos início, em Vila Verde, a este ciclo de conferências» referiu o autarca
Na perspetiva do edil vilaverdense «Não havia melhor tema para começar esta iniciativa. O tema do amor e dos lenços dos namorados. O amor pelas pessoas, territórios, tradições e desenvolvimento. Porque, ao fim ao cabo, queremos fazer desta diversidade de tradições um ponto de ancorarem para novos projetos e desenvolvimento dos territórios.
Dirigindo-se aos jovens da audiência, António Vilela afirmou «É através destes projetos, destas iniciativas, destas ideias que mantemos viva a identidade cultural do concelho de Vila Verde e da região do Minho. Os nossos antepassados “bordaram” o nosso território e transformaram-no naquilo que hoje tanto nos orgulha. Encarrega-nos a nós deixar esta herança aos nossos filhos.»
Ana Pires- «O bordado tem um duplo papel social.»
Ana Pires, Investigadora na área do bordado, subiu ao palco para explicar toda a história da arte de bordar, desde os seus primórdios até aos dias de hoje.
Segundo a investigadora «O bordado participa de uma dupla condição, tanto de senhoras pobres como de uma elite. Daí ter um duplo papel social. Bordado como lazer e bordado como meio de subsistência»
Na sua completa intervenção, Ana Pires fez questão de explicar que «não há um bom bordado sem um bom desenho. Por isso é que, antigamente, havia desenhistas. O bordado é uma arte decorativa tal como qualquer outra»
A conferência continuou com as intervenções de um reputado painel de investigadores, nomeadamente, do Doutor Jean-Yves Durand e a Doutora Micaela Ramon, ambos docentes na Universidade do Minho e da Doutora Isabel Maria Fernandes, Diretora do Museu de Alberto Sampaio, do Paço dos Duques e do Castelo de Guimarães.
CONFERÊNCIA CONTOU COM ANIMAÇÃO TEATRAL E A ATUAÇÕES DA ACADEMIA DE MÚSICA DE VILA VERDE
O Grupo de Teatro “Itinerantenredo” brindou todos os presentes com a inovadora e divertida performance teatral “Lenços Damore” e a Academia de Música de Vila Verde abrilhantou a sessão com um momento musical, com a qualidade a que já nos habituou.
Neste Ciclo de Conferências que percorrerá os 24 municípios do Minho, pretende-se valorizar um olhar inovador sobre a herança cultural do Minho rememorada no feminino, enquanto sociedade de forte tradição matriarcal, propiciando uma narrativa congregadora de saberes e valores identitários que importam estudar, conhecer, cuidar, preservar, valorizar e divulgar.
Município de Vila Verde, 12.2.2020