Tudo a postos para mais uma edição da centenária Feira dos Vinte, feira muda provisoriamente de local
Atualizado em 19/01/2016Já começou a contagem decrescente para um dos eventos tradicionais mais aguardados de toda a região e um dos mais antigos de todo o país. A Feira dos Vinte é um certame centenário, que se realiza todos os anos a 20 de janeiro, na Vila de Prado, concelho de Vila Verde, desde o início do século XIV, em pleno reinado de D. Dinis. A feira tem na venda e troca de gado (principalmente bovino e cavalar) o seu ex-líbris, apesar de se manter a presença de comerciantes dos mais variados produtos, e a sua relevância é irrevogável, uma vez que, em tempos idos, era em Prado que se fixava o preço do gado para todo o ano e cujos valores serviam de referência para toda a região. A tradição tem perdurado ao longo dos séculos, consolidando a importância regional de um evento que continua a atrair produtores de vários pontos do país (como Santarém, Montalegre ou Golegã) e até da vizinha Espanha.
A festa começa de véspera com a ‘Noite das Provas’
À boa moda minhota, a festa começa logo de véspera com a tradicional ‘Noite das Provas’. A forte adesão dos restaurantes e tasquinhas pradenses continua a dar o mote para um serão. É nesta noite que os agricultores apresentam o ‘vinho novo’, que tradicionalmente é degustado com o acompanhamento de um prato de papas de sarrabulho, não faltando, no entanto, diversidade de oferta gastronómica para quem não apreciar as papas. Como tem sido apanágio nos últimos anos, um grupo de tocadores de concertina e outros instrumentos da música popular vai percorrer os espaços aderentes para garantir a animação do serão.
A 20 de janeiro cumpre-se a tradição!
No dia seguinte, logo ao raiar da aurora, chegam as primeiras cabeças de gado, as tendas dos feirantes começam a ganhar forma e ultimam-se os preparativos para um dia de grande azáfama e movimento. O comércio é diversificado. Da doçaria ao vestuário, dos artigos do lar à coudelaria, passando pelas máquinas agrícolas, entre muitos outros, não falta variedade de escolha num certame em que a pecuária acabou ao longo dos anos por assumir posição de maior relevo. A festa acontece em pleno Dia de S. Sebastião, 20 de janeiro, o que leva muitos fiéis têm por hábito aproveitar o evento para passar na Capela de S. Sebastião, em pleno centro urbano da Vila de Prado e prestar a sua devoção. Estão reunidos todos os condimentos para que Feira dos 20 seja um autêntico sucesso e para que se volte a cumprir a tradição na Vila de Prado.
Relocalização temporária na edição deste ano
Este ano, a feira muda provisoriamente de local, passando a realizar-se no espaço onde decorre atualmente a feira semanal da vila, loteamento da Botica. O certame é obrigado a abandonar parcialmente o Largo de S. Sebastião, que ainda se encontra em fase de obra, aguardando a segunda intervenção anunciada pela Câmara Municipal de Vila Verde, não apresentando ainda as condições necessárias para acolher o evento na totalidade.
Junto à capela S. Sebastião, no centro da freguesia, ficarão como de costume o pão e os tradicionais doces, bem como farturas e outros alimentares. O estacionamento no centro do Largo S. Sebastião ficará parcialmente condicionado e ocupado, com feirantes, bem como as ruas adjacentes (Bom Sucesso, Rua 5) com trânsito condicionado apenas para moradores. Também a rua contígua ao cemitério (Rua Jorge Carlos Antunes Gomes) estará condicionada ao trânsito bem como a zona do loteamento da botica para a livre circulação de feirantes e transporte de animais apenas num sentido. O ordenamento do trânsito estará a cargo das forças de segurança. Este ano, a Junta de Freguesia da Vila de Prado teve que encontrar uma solução de contingência face ao arrastar das obras de requalificação do Largo de S. Sebastião, garantindo que fará tudo que estiver ao seu alcance para que a Feira dos Vinte regresse à sua localização habitual já no próximo ano.
Junta de Prado no terreno a preparar o certame
De salientar que o esforço por parte da autarquia pradense na preparação para a realização do evento no seu todo, incluindo espaço para animais e demais negócio associado, que foi este ano muito superior a edições anteriores. Para além das necessárias autorizações sanitárias legais, foi necessário realocar cerca de 1 km em espaço de frente distribuído por mais de centena e meia de feirantes, nas mais variadas áreas de atividade, passando pelo loteamento da Botica, rua contígua ao cemitério, Largo Antunes de Lima e Largo S. Sebastião. Todo este trabalho apenas a cargo do executivo e colaboradores da Junta de Freguesia, num total de 6 pessoas!