ROTA DAS COLHEITAS – Tradição, gastronomia, artesanato e música popular no 1º dia da XVI Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho
Atualizado em 24/09/2017A XVI Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho (23 e 24 de setembro) já começou e apresenta um cartaz diversificado de iniciativas que se assumem como um tributo à cultura popular e à tradição minhota. Os visitantes não são meros espectadores e, se assim o desejarem, podem experimentar na primeira pessoa os costumes e saberes tradicionais, desfolhar o milho e dançar ao som da música popular, saborear um bom farnel minhoto e participar nas cerimónias religiosas.
No dia 23 de setembro, decorreu o primeiro dia do certame. As hostilidades abriram ao início da tarde, com um cortejo etnográfico, que incluiu também um desfile de oferendas. A música popular foi uma constante durante toda a tarde com várias atuações de um grupo de tocadores de concertina, cavaquinho e outros instrumentos da música popular do Minho. Pelas 16h00, começou o corte das canas de milho (que haveriam de ser desfolhadas ao serão), numa recriação agrícola que incluiu também um farnel minhoto. Tudo nos moldes tradicionais. Homens e mulheres trajados com as vestes de outrora. A broa de milho cozida nos fornos a lenha, as pataniscas acabadas de fritar e o vinho verde regional que pinta a malga e o lábio. Uma merenda generosa e gratuitamente partilhada com todos os presentes. O pulsar do mundo rural em toda a sua plenitude!
Decoração dos altares com arranjos de produtos agrícolas
Nota de destaque também para as duas exposições de artesanato que abriram as portas ao público durante a tarde de ontem. A igreja paroquial da freguesia estava deslumbrante. Os altares decorados com ‘arranjos florais’ à moda do campo, já que as flores foram substituídas por produtos agrícolas. Uma mostra de talento e criatividade que anualmente atrai centenas de visitantes à freguesia de Escariz. Alguns metros ao lado, a residência paroquial acolhe uma exposição da jovem e talentosa artesã vilaverdense Joana Fernandes, que, apesar da tenra idade, já tem muita experiência nestas andanças (e vários prémios no currículo) e conquistou uma forte legião de fãs dentro e fora de portas com os seus trabalhos em cortiça.
O serão trouxe a recriação de uma prática agrícola tradicional, a desfolhada de milho. Uma jornada de trabalho que terminou com o merecido repasto, um farnel minhoto em que se destacam iguarias como a sardinha assada, a broa de milho, o vinho novo e o caldo verde. De seguida, a Festa da Concertina e dos Cantares ao Desafio criou uma onda de animação e diversão no recinto, que cantou e dançou ao som da música popular do Minho.
Feira tradicional, gastronomia e música popular
No dia 24 de setembro, as atividades começaram bem cedo com a Eucaristia de Graças Pelas Colheitas, marcada para as 09h00, a que se seguiu a bênção dos campos de Escariz. Ao final da manhã, pelas 11h30, começou a feira das colheitas em que se destacam os produtos do campo, os animais vivos, a doçaria caseira, o vinho verde novo e o vinho de maçã, entre muitos outros. A gastronomia regional é outro dos grandes atrativos do evento. A tarde de hoje, 24 de setembro, começa com a apetitosa Festa da Patanisca, que ajuda a dar forças ao público para acompanhar o vibrante Festival de Folclore, que se estende pela tarde. Pelo meio haverá ainda tempo para o leilão de lotes de madeira. Às 18h00, vai decorrer o Concurso de Vinho de Maçã, uma bebida produzida tradicionalmente pelos agricultores locais que ia compensando os anos mais fracos de colheita vinícola.
“Um hino ao mundo rural!”
A vereadora da cultura do Município de Vila Verde acompanhou o primeiro dia de atividades durante “um fim de semana com várias iniciativas consolidadas na programação Na Rota das Colheitas”. Júlia Fernandes frisou a importância deste tipo de eventos como a Festa das Colheitas de Escariz S. Martinho, que “promove a tradição, a cultura, a gastronomia, os usos e costumes da nossa região, é um hino ao mundo rural!”. “A iniciativa vem crescendo de ano para ano. A população local mostra grande união e um forte espírito de comunidade, trabalhando de forma abnegada para promover e divulgar a sua terra. A igreja está fabulosa, como sempre. Todos os anos é desenvolvido um trabalho de grande criatividade e são criadas autênticas obras de arte”, afirmou Júlia Fernandes.
Valorizar a cultura e promover as potencialidades da freguesia
Por sua vez, o presidente da União de Freguesia de Escariz S. Mamede e Escariz S. Martinho, Adelino Machado, sublinhou que a iniciativa cumpre um duplo propósito, promover a cultura e a tradição local, enquanto divulga e valoriza a freguesia e os seus predicados. “A hospitalidade, o potencial agrícola, a gastronomia, a criatividade… Por esta altura recebemos muitos visitantes. Nota-se que as pessoas gostam de contactar com o que é mais genuíno, de saborear os produtos locais e participar nas atividades típicas que são passadas de geração em geração. Procuram um turismo de experiências”, referiu Adelino Machado.