FESTA DAS COLHEITAS 2019 – Já começou a odisseia à (re)descoberta das tradições do mundo rural!
Atualizado em 09/10/2019Começou hoje e prolonga-se até ao dia 13 de outubro uma autêntica odisseia pelas genuínas tradições da cultura popular. Um palco de excelência para “valorizarmos o mundo rural e os nossos produtos”, afirmou o presidente do Município de Vila Verde, António Vilela, durante a sessão de abertura da Festa das Colheitas – XXVIII Feira Mostra de Produtos Regionais.
O edil apontou a agricultura, o artesanato e a gastronomia como âncoras para o desenvolvimento e crescimento do concelho, que dão o mote para um programa amplo e diversificado com mais de 40 iniciativas. Espetáculos de música ao vivo, recriações de práticas ancestrais, palestras, workshops, concursos… Tudo isto e muito mais num evento que atrai anualmente um mar de gente a Vila Verde, para viver experiências únicas e inesquecíveis em pleno coração do Minho.
O “esforço dos agricultores e jovens empreendedores” tem sido fundamental no crescimento acentuado da agricultura na balança comercial de Vila Verde. “É um setor fortemente exportador. Recentemente, estive com os responsáveis de uma unidade de produção de pequenos frutos que exportou este ano mais de 500 toneladas, o que representa um volume de exportação muito próximo dos dois milhões de euros”, afirmou António Vilela.
O autarca prosseguiu frisando que os produtores locais primam pela qualidade e que a modernização de outros setores de produção (vinho, cogumelos, kiwis, castanhas…) lhes tem rendido vários prémios e distinções. Os investimentos captados ao nível dos fundos comunitários “estão a ser muito bem utilizados” e o problema que agora se coloca é “conseguir mão de obra suficiente para as explorações agrícolas”.
O genuíno pulsar do mundo rural
António Vilela concluiu recordando que a XXVIII Feira Mostra de Produtos Regionais integra a “programação ambiciosa” Na Rota das Colheitas, que se estende do início de agosto ao fim de novembro com dezenas de iniciativas de valorização da tradição do mundo rural.
A sessão de abertura da Festa das Colheitas 2019 começou com a bênção das colheitas pelo Arcipreste de Vila Verde, o padre Carlos Lopes, e prosseguiu ao som da música popular da Rusga d’Os Amigos de Godinhaços. Terminou com uma degustação dos chocolates artesanais da Chocolate com Pimenta, a que se seguiu a inauguração da Festa do Cogumelo e as visitas aos 173 expositores presentes no recinto (artesanato, gastronomia, produtos agrícolas, máquinas agrícolas, vinho, doçaria, queijo, fumeiro…). Pelo meio, as intervenções dos três oradores.
Em Vila Verde “há dinamismo”
A cerimónia de inauguração do certame contou com a participação da Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Carla Alves não poupou elogios ao trabalho desenvolvido em Vila Verde. Além de referir que é importante “saudar e incentivar este tipo de iniciativas”, sublinhou a forte dinâmica existente num concelho que captou, no âmbito do PDR 2020, “investimentos na ordem dos 14 milhões de euros, com mais 700 mil para de jovens empresários agrícolas”. “Isto mostra que há dinamismo, há projetos e há gente que quer investir na agricultura”, reforçou.
Carla Alves vincou também que os apoios ao mundo rural devem ser mais direcionados “para a pequena agricultura” e anunciou avanços concretos nesse sentido. Para terem acesso a mais apoios e benefícios, devem pedir o estatuto de agricultores familiares. “O pedido é muito simples, gratuito e pode ser feito na hora”, junto dos serviços da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Com as alterações climáticas na ordem do dia, consegue-se combater esta problemática e “diminuir os seus efeitos com uma venda mais direta, mais local, favorecendo a venda de proximidade”.
Festa das Colheitas é “um bom exemplo”
Por sua vez, o presidente da ATAHCA (Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave) mostrou-se preocupado com o despovoamento do interior. José Mota Alves apontou a Festa das Colheitas de Vila Verde como “um bom exemplo do que se pode fazer pela promoção dos territórios rurais”, acrescentando que é importante “promovermos os produtos locais, valorizar o que é nosso, aquilo que temos de excelência e que nos diferencia pela qualidade”.
Outro fator chave na valorização do território é a população. “As pessoas. A hospitalidade, a forma de receber, a nossa cultura…”, afirmou José Mota Alves. Por outro lado, é necessário garantir “vias de comunicação digital à mesma velocidade que se tem na cidade”, condição fundamental para fixar os jovens e as empresas. O presidente da ATAHCA afirmou ainda que o território tem grande dinamismo, como comprova o facto de ter sido “o concelho do país com mais investimento de jovens agricultores” no âmbito do PRODER. “Projetos de sucesso, de qualidade e vivacidade. Continuamos a manter viva esta chama, em Vila Verde e no território do Cávado, no setor agrícola, no setor florestal e no desenvolvimento do mundo rural”, rematou.
Município de Vila Verde, 9.10.2019