CASTANHA E CASTANHEIRO DEBATIDOS EM VILA VERDE – “É urgente encetar uma luta biológica contra a vespa-da-galha do castanheiro”
Atualizado em 25/07/2019
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, António Vilela, presidiu ontem (24 de julho), à abertura da sessão de esclarecimento intitulada”Transfer Castanha“, uma iniciativa onde foram abordados vários temas sobre a castanha e o castanheiro.
O autarca vilaverdense referiu na sua intervenção que «é necessário saber produzir a castanha e temos de encontrar as melhores soluções para desenvolver a agricultura e todo o conhecimento e informação sobre este processo deve ser bem aproveitado e difundido».
Combater a vespa-da-galha do castanheiro
O edil falou também sobre a questão da vespa-da-galha do castanheiro, uma praga que tem sido combatida pelo Município de Vila Verde através de uma «luta biológica».
«Este é já o quarto ano que fazemos largadas do inseto para combater a vespa-da-galha-do-castanheiro, pois são essenciais para garantir a exploração. Este ano está a ser feita uma monitorização do território e o concelho até já tem uma taxa de cobertura razoável no que toca à distribuição desse inseto e no combate a esta praga. Temos de apostar numa luta biológica contra estas pragas».
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde destacou que “é fundamental e de extrema importância, o envolvimento das Juntas de Freguesia e dos agricultores locais nesta aposta determinada que vai ser feita no combate a uma praga que está a ter efeitos devastadores no sector agrícola, nomeadamente na produção de castanha”.
O Dr. António Vilela esclareceu que “este método, já utilizado com sucesso em outros países do sul da Europa, como Espanha e Itália, é o que patenteia maiores níveis de eficácia no combate à vespa das galhas do castanheiro e o investimento que o Município de Vila Verde vai realizar enquadra-se num plano articulado de apoio à atividade agrícola, particularmente aos proprietários de soutos e ao número crescente de famílias Vilaverdenses que têm na produção de castanha uma importante fonte de subsistência.”
Na perspetiva do mesmo Edil, “este setor produtivo alcançou já uma expressão significativa nas zonas em que se consolida uma economia de base rural e a Câmara Municipal está totalmente empenhada em fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que as pessoas que tanto trabalharam e tantos sacrifícios fizeram não se vejam agora privadas de uma legítima fonte rendimento.”
O castanheiro pode ser uma opção ao eucalipto
O Presidente da Associação Florestal do Cávado, Eng.º Carlos Cação, referiu na sua comunicação que «o castanheiro pode ser uma opção ao eucalipto», relativamente «à prevenção dos incêndios e até numa perspetiva de mercado, através da venda castanha».
«Pode haver uma solução no castanheiro como sendo uma alternativa às folhosas, como é o caso do eucalipto. Na prevenção dos incêndios ou numa perspectiva de mercado, através da venda da castanha. Penso que pode ser uma boa alternativa à plantação dos eucaliptos», afirmou Carlos Cação.
SESSÃO DE ESCLARECIMENTO ”Transfer Castanha“
Realizada no Salão nobre dos Paços do Concelho de Vila Verde e promovida pela Escola Superior agrária do Instituto Politécnico de Bragança em parceira com a Associação Florestal do Cávado, a sessão de esclarecimento teve início com Albino Bento, do Instituto Politécnico de Bragança, que abordou o tema “A vespa-das-galhas-do castanheiro”, seguindo-se Eugénia Gouveia, também do Politécnico, com o tema “A doença da tinta do castanheiro”.
Posteriormente teve início o painel “Comunidades de Inovação”, com as participações de Fátima Silva, e de Jorge Rosario, que falou da Doenca da Tinta do Castanheiro, ambos os oradores do Instituto Politécnico de Bragança.
A iniciativa teve por objetivo dinamizar a transferência de conhecimento e tecnologia de I&D para o tecido empresarial e promover a inovação, competitividade e eficiência na fileira da castanha.
Município de Vila Verde, 25.7.2019