A conferência “O Rococó: a alma de um estilo” realizada online
Atualizado em 04/02/2022“O Rococó: a alma de um estilo” foi o mote para uma conferência online, promovida pela Casa do Conhecimento, de Vila Verde, em mais uma ação da iniciativa “Património com Alma”, com a participação de Eduardo Pires de Oliveira, Doutorado em História de Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Investigador integrado do Instituto de História de Arte na Universidade de Lisboa e de Adelino Pinheiro da Silva, fotógrafo.
Numa apresentação determinada pelo entusiasmo, prazer e “paixão”, agregada a um profundo conhecimento sobre o estilo do Rococó, Eduardo Pires de Oliveira seduziu os participantes pelo verbo e pelas imagens elegidas. Num percurso pela Alemanha, França, Rússia, Itália, Espanha, Brasil e Portugal, deu a conhecer a presença e o modo diferente como se manifestou o Rococó na arquitetura, na pintura e na escultura, nestes locais. Para melhor definir o Rococó, distinguindo-o do Barroco, utilizou metaforicamente para o primeiro a figura de uma menina bailarina, vestida em tons de rosa ou azul claro, com toda a sua leveza e subtiliza, em oposição à figura de um abade, pesado e de roupas escuras, não deixando de ressalvar que cada um a seu modo apresenta a sua beleza. Identifica o Rococó como “um estilo livre, simples, assimétrico, extraordinariamente fluído, com movimento, de cores suaves, quase sem regras, apenas com uma base mínima comum e passível de coexistir com outros estilos”. De Portugal, deu nota de alguma representatividade deste estilo a sul do país e da sua forte manifestação a norte, dando a conhecer a riqueza das igrejas e capelas de Vila Verde, nomeadamente em Aboim da Nóbrega, Cervães, Pico de Regalados, Escariz S. Mamede, Parada de Gatim, Covas e Arcozelo, com o estilo Rococó presente em altares, retábulos, ornatos e molduras. A evidência deste estilo na rica arquitetura religiosa de Vila Verde, levou-o a aceitar o repto para um estudo e levantamento aprofundado deste estilo no concelho, resultando num livro e exposição de fotografia, com o título “Ornato e Graça”.
Por seu turno, Adelino Pinheiro da Silva envolveu os presentes com o relato da sua experiência fotográfica num trabalho único, nunca por si experienciado. Deixou evidente que não foi de todo tarefa fácil, pois apesar de dominar a técnica da fotografia, sentiu de imediato a necessidade de estudar e compreender o “Rococó”, para o fotografar. Afirma, ainda hoje, não saber a melhor definição de “Rococó ou Barroco”, mas revelou: “eu sinto-o quando entro numa igreja ou monumento, de acordo com o meu entendimento, percebo-o como movimento, como volumes, formas e ornatos que comunicam entre si e tento captar essa mensagem pela fotografia.”
Na moderação, Manuela Barreto Nunes, Investigadora em Ciências da Informação, Bibliotecária e Coordenadora das Bibliotecas Municipais de Vila Verde, sintetizou este momento como enriquecedor em conhecimento, que sensibilizou para a necessidade de observar, para sentir e compreender o “Rococó”, possível pelos ensinamentos de um especialista em história da arte e de um fotografo artista.
Esta foi uma iniciativa conjunta da Casa do Conhecimento Vila Verde, da Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela e do Serviço de Ação Cultural do Município de Vila Verde, em colaboração com a Rede de Casas do Conhecimento, nomeadamente com as Casa do Conhecimento da Universidade do Minho, Boticas, Montalegre e Paredes de Coura.
Município de Vila Verde, 5.11.2021